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sábado, 29 de dezembro de 2012

Nuvens de Vênus podem ajudar a formular propostas contra o aquecimento global




Cientistas descobriram nuvens misteriosas de Vênus, que estão ajudando os pesquisadores a compreender melhor o planeta, vizinho mais próximo da Terra. As nuvens também estão servindo como alerta para um método proposto de combate às alterações climáticas na Terra.
As nuvens de dióxido de enxofre de Vênus intrigaram os cientistas desde que foram descobertas, em 2008. Agora, simulações feitas em computador podem explicar essas nuvens de alta altitude.
Vênus é coberto por nuvens de ácido sulfúrico que obscurecem a visão da superfície do planeta. Estas nuvens se formam normalmente em altitudes de cerca de 48 a 65 quilômetros, quando o dióxido de enxofre a partir de atividade vulcânica se combina com o vapor de água para formar gotículas de ácido sulfúrico.
Em altitudes superiores a aproximadamente 70 quilômetros, qualquer dióxido de enxofre restante deve ser rapidamente destruído pela exposição à radiação solar intensa. Assim, quando cientistas detectaram uma camada de dióxido de enxofre em altitudes de cerca de 90 a 110 quilômetros, ficaram bastante perplexos.
Agora, os pesquisadores mostraram que algumas gotas de ácido sulfúrico podem evaporar em altitudes elevadas, libertando ácido sulfúrico gasoso, que é então dividido por uma luz solar que, por sua vez, libera o gás de dióxido de enxofre.
As novas descobertas significam que o ciclo do enxofre na atmosfera de Vênus é mais complicado do que se pensava. Além de lançar luz sobre a natureza da atmosfera de Vênus, o estudo também pode indicar que uma das ideia para conter o aquecimento global na Terra – a injeção de gotículas de enxofre na atmosfera terrestre – pode não ser tão eficaz quanto acreditavam.
A teoria diz que a injeção artificial de grandes quantidades de dióxido de enxofre na atmosfera terrestre em altitudes de cerca de 20 quilômetros neutralizaria os efeitos do aquecimento global que vem do aumento de gases do efeito estufa.
A proposta resultou da observação de poderosas erupções vulcânicas. Em particular, a erupção de 1991 do Monte Pinatubo, nas Filipinas, que lançou dióxido de enxofre na atmosfera da Terra. Alcançando uma altitude de 20 quilômetros, o gás formou pequenas gotículas de ácido sulfúrico concentrado, semelhante às encontradas nas nuvens de Vênus.
Estas nuvens em seguida se espalharam ao redor da Terra, e as gotas criaram uma camada de névoa que refletiu alguns dos raios do sol de volta para o espaço, o que resfriou o planeta inteiro cerca de 0,5 graus Celsius.
Agora, pesquisadores explicam porque o método pode não ser tão eficaz. Por exemplo, não se sabe a rapidez com que a névoa, inicialmente protetora, será convertida novamente em ácido sulfúrico gasoso, que é transparente e permite que os raios do sol passem.
Os cientistas acham que devem estudar minuciosamente as consequências potenciais de uma camada artificial de enxofre na atmosfera da Terra, antes de tomar qualquer decisão. Vênus tem uma camada enorme de gotículas, então qualquer coisa que os pesquisadores aprendam sobre as nuvens pode ser relevante para a geo-engenharia da Terra.

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